Na já tradicional primeira quinta de cada mês o Espaço Mezcla abriga a poesia em movimentação com o Eco Performances Poéticas. No mês da independência do Brasil, o evento chega para apresentar o melhor da poesia retirada do gabinete! A edição de setembro vem se aproximando com garantias de boas poesias e caras novas no pedaço!
Frequentadora do Eco e já tendo participado com leituras, Patrícia Almeida dessa vez traz novidades para o público. São poemas selecionados de sua publicação independente “Vendo Pão & Água”, com textos de 1987 até 2010. Dona de uma escrita carregada de oralidade, Patrícia garante a sua performance.
Também com livro na praça, José Augusto Ribeiro, autor de “Estilhaços” (Ibis Libris, Funalfa edições, 2011), já leu alguns textos no microfone aberto e agora vem para apresentar mais trabalhos. Poeta e filósofo, José traça em seus poemas reflexões sobre a cidade de Juiz de Fora e a existência.
Danilo Lovisi, frequentador assíduo do Eco e esporádico participante do microfone aberto, é um dos rostos novos no elenco da noite. Subindo ao palco como convidado pela primeira vez, traz uma poesia que passeia pelos detalhes do cotidiano e transborda sentimentos, sem nunca deixar de lado a delicadeza e o minimalismo da linguagem. O seu blog, “Chaleira Muda”, traz um pouco do que será apresentado ao público do Eco.
E a poesia não está somente nos versos falados. Para completar a noite será exibido o curta “Sob o véu de lenda”, produzido coletivamente durante a Semana do Audiovisual de Juiz de Fora (SEDA JF). O filme retrata uma antiga lenda juizforana sobre o fantasma da noiva que assombra o Morro do Cristo. O curta foi realizado com apoio do Coletivo Sem Paredes e é distribuído pela DF5.
Sem contrariar a tradição, o Microfone Aberto estará à disposição de quem quiser soltar o verbo e lançar poesia para o povo! E o maestro Pedro Paiva garante o ritmo da noite com o melhor da música em vinil.
Lembrando que o Eco Performances Poéticas é gratuito!
Eco Performances Poéticas
01 de setembro, quinta-feira, 20 horas.
Espaço Mezcla
(Rua Benjamin Constant, 720. Centro - JF).
Na cozinha
ResponderExcluirSerá que ainda podemos nos falar?
É que tenho um sentimento nostálgico,
de certa conversa em uma cozinha de azulejos azuis!
Às vezes sinto vontade de dizer "oi”,
mas as palavras não saem, sempre no exato momento de sua realeza.
Mas é que ainda levo nuvens para passearem
talvez para esquecer seu rosto
desfigurado com a tempestade dos tempos.
Mas ainda sim sinto saudade de nossas conversas.
Perdido em meio palavras filosóficas,
me entorpecendo de coisas que desconheço,
relembrando Allan Poe em frases sombrias.
Mas os azulejos continuam ao meu redor
é como se eles dissessem algo... talvez estejam refletindo meu próprio eu perdido em meio luzes ofuscantes.
E no fim, ouço sua voz calma dizer:
"... por enquanto vamos ter que manter o silêncio... mesmo que a
nostalgia da cozinha de azulejos azuis nos consuma: é que o tempo
passou, mas sobrevivemos. Infelizmente agora... ter paciência e deixar o tempo passar."
ONDE ESTÃO AS POESIAS?
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