segunda-feira, 2 de julho de 2012

Juiz de Fora - História Lírica

Texto e vídeo: Fred Spada

Em maio passado, fui convidado pelo poeta Wilmar Silva a participar do projeto Terças Poéticas, em Belo Horizonte, em que não apenas lançaria meu livro, Arqueologias do olhar, mas também, como de praxe, deveria prestar homenagem a outro poeta. Wilmar, em vez disso, propôs-me homenagear não um escritor, mas as “poéticas de Juiz de Fora”: daí, então, a ideia de colher os depoimentos, apresentando parte da história literária da cidade a partir de quem a faz, a escolha dos nomes tendo sido a mais natural possível – poetas que admiro e cuja poesia leio avidamente. O título inspira-se num livro de 1926: Juiz de Fora, poema lyrico, do belo-horizontino Austen Amaro, primo de Carlos Drummond de Andrade. A gravação e a edição dos vídeos, feitas de maneira bastante amadora, não demoraram mais do que uma semana.
“Juiz de Fora – História lírica” é uma série de cinco depoimentos de poetas da cidade, contando um pouco do percurso poético de nossas letras desde meados dos anos 1970, quando surge, no antigo Colégio Magister, o folheto “Poesia”, organizado pelo professor e poeta Gilvan Procópio Ribeiro e alguns de seus alunos, entre eles José Henrique da Cruz, o Mutum. Relembra, em seguida, os anos 1980, com os depoimentos de Edimilson de Almeida Pereira e Fernando Fábio Fiorese Furtado, integrantes de dois outros importantes movimentos literários, Abre Alas e D’Lira. Prisca Agustoni, por sua vez, comenta sobre a antologia de poesia mineira que organizou, publicada em Portugal pelas Edições Pasárgada, em 2008, Oiro de Minas: a nova poesia das Gerais, em que inclui cinco poetas ligados a Juiz de Fora, e, por fim, Anderson Pires fala da atual cena literária da cidade, desde a publicação da antologia Livro de sete faces: sete poetas em diálogo, organizada por Elza de Sá Nogueira e Érika Kelmer Mathias (Nankin/Funalfa, 2006), até a fundação do Eco Performances Poéticas, da Aquela Editora e da revista Um Conto, que vêm congregando uma novíssima geração de autores. Além disso, claro, cada participante comenta sobre seu fazer poético, encerrando o depoimento com a leitura de um poema.
Infelizmente, não consegui exibir os vídeos em BH, em virtude do tempo (totalizam quase 40 minutos), mas a internet leva-os além. E, para o futuro, já planejo novos depoimentos– aguardem!

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