Por que algumas pessoas escolhem passar a noite de sexta lendo seus poemas para amigos e/ou estranhos em um microfone e outras jamais considerariam tal coisa? Por que algumas pessoas se sentam na grama de um museu no centro da cidade com uma lata de cerveja na mão, ouvindo textos alheios e outras jamais pensariam em fazê-lo? Provavelmente não existem respostas exatas para perguntas como essa, entretanto, não importa. O que importa é que a edição de abril do Eco talvez tenha entrado para a história do evento como uma das mais improvisadas e, ao mesmo tempo, mais vibrantes dos últimos tempos.
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Leitura de Marcela Batista. |
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Isopor da poesia. |
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Leitura de Anelise Freitas. |
O cancelamento do coquetel fez com que a possibilidade de vender cerveja no isopor, que antes era só uma piada interna da organização, se tornasse a única saída possível. A ausência de um fotógrafo de verdade fez com que as escuras fotos de celulares fossem o único registro da noite. Entretanto (ou talvez por isso) poucas vezes se viu poetas e público tão envolvidos e atentos às leituras e performances.
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Thomas Frizeiro estreando na trilha sonora do Eco. |
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Anderson Pires foi o apresentador da noite. |
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A clássica banquinha de publicações. |
Thomas Frizeiro, também conhecido como DJ Tomáz, estreou na trilha sonora, passeando por canções de Alt-J, Chet Faker e Criolo, entre outros. Giuliano Kid também contribuiu para a parte musical do evento, fazendo ao vivo uma trilha para a leitura de alguns poemas de Anderson Pires.
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Giuliano Kid e a trilha sonora ao vivo. |
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Público espalhado pelo gramado do MAMM. |
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Leitura de Ana Lídia Resende Paula. |
Marcela Batista privilegiou a série de poemas que escreveu ao longo de sua estada em Portugal, enquanto a jovem poeta Ana Lídia Resende Paula mostrou uma pouco de sua já ampla produção. André Capilé lançou sua tradução de T.S. Eliot, A canção de amor de J. Pinto Sayão (Edições Macondo, 2015), mas também fez leituras de publicações anteriores, assim como Anelise Freitas, que leu na íntegra sua plaquete Pode ser que eu morra na volta (Edições Macondo, 2015), mas também apresentou no microfone poemas ainda inéditos.
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André Capilé lançou sua tradução de T.S. Eliot. |
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Otávio Campos lê poemas de Matilde Campilho. |
O microfone aberto foi apresentado por Otávio Campos que, entre um e outro inscrito, leu alguns poemas da portuguesa Matilde Campilho. Giovani Verazzanni, Rachel Strehle, Priscila Alves e Rafael M. foram algumas das pessoas que resolveram trocar de de papel, passando de público a poeta da vez, e apresentaram seus textos.
A cerveja e a música acabaram, os equipamentos foram recolhidos e o fechamento dos portões do MAMM anunciou o fim de mais uma edição do Eco. Mas no dia 22 de maio estaremos de volta, com ou sem improviso e certamente com bastante espaço e alegria para mais uma vez escolher a poesia em uma noite de sexta-feira.
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