O jornalista Mauro Morais |
O poeta juiz-forano Mauro Fonseca (1962-1988) participou ativamente de movimentos culturais como Abre Alas e D'Lira e é autor dos livretos Não há sinal de porto algum (1984) e Não sou náufrago na ilha de ninguém (1982). Anos depois da morte de Mauro Fonseca, seu filho, o jornalista Mauro Morais, organizou a obra do pai na antologia Do aborto ao parto (FUNALFA, 2015). Na edição de maio do Eco, Mauro Morais estará presente para falar da obra e fazer a leitura de alguns dos textos que estão no livro. Confira abaixo dois poemas de Mauro Fonseca:
Afirmativa
estou entre a foto e o fato
entre o aborto e o parto
Decididamente com a pá nas mãos enterro meus mortos
Lembro-me bem de Maria
de rita luzia
e tantas outras vidas
amigas que morreram de susto
morreram de medo
de pavor
morreram em silêncio
em segredo
lembro-me dos amigos
meus pais irmãos
morreram sozinhos
de dia ou à noite
enquanto eu em algum lugar
abria o álbum do tempo
e percorria com os dedos
as amareladas fotos
decididamente com a pá nas mãos
enterro meus mortos
Edição de maio do Eco Performances Poéticas
dia 24 de maio, domingo
a partir das 18 horas
no Maquinaria
(Rua São Mateus, 552)
Evento no Facebook: http://on.fb.me/1Fwz8gL
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