terça-feira, 7 de junho de 2011

Diário do CEP 20000


25 de maio de 2011

13:59 – Sou a primeira a chegar no lugar marcado. É que sou de extremos: ou atraso absurdamente ou chego antes do combinado. Preferi não arriscar. A van está marcada para 14:30. O resto do pessoal começa a chegar. Tento me esconder das filmagens do Mirabel. Impossível. Vamos para o Rio, participar do CEP 20.000, o evento de poesias mais importante do país, apenas isso.


14:48 – Bom, a van AINDA NÃO CHEGOU. Larissa teme represálias e liga para o motorista sem parar. Sob um leve desespero começamos a pensar na hipótese de roubar um carro, algo assim. Tudo bem, vai dar.




16:05 – Aproximadamente UMA HORA E MEIA depois do combinado, finalmente estamos saindo de Juiz de Fora. Estão todos aqui. Pegamos o Pedro e os equipamentos, alguém fala em turnê de banda. Não seria nada mal uma turnê da poesia.

16:35 – Recebemos a notícia de que um caminhão tombou na Linha Vermelha. Desespero é a palavra do dia. Estamos atrasados e nada indica que temos chance de chegar a tempo. Eco Performances Histéricas. Na van rola o DVD de Cães de aluguel, mas acho que ninguém está assistindo. Falamos de... poesia. Livros de estréia. Capilé acusa Mirabel de não gostar de Drummond. Protestos. Tensão. Gritos. João Cabral. Ao contrário do que se podia imaginar a Fernanda, irmã do Mirabel que está indo com a gente, não acha que somos malucos. Então tudo bem. 




17:40 – Ainda nem subimos a serra e paramos para um café. Quem vê pensa que temos mesmo muito tempo. No bar tem coxa de galinha frita. Não é coxinha não. É A COXA mesmo. “Todo mundo acha estranho”, repara a Thais. Pitoresco mesmo. Seguimos. Anelise tira foto da estrada, do pôr do sol, da van da janela da van, do chão da van. Clima de excursão. Só falta a musiquinha de integração.




19:15 – Depois de um engarrafamento MONSTRUOSO, conseguimos entrar no Rio. Tiago tuíta, mantendo nossos MILHÕES DE SEGUIDORES informados. Poesia multimídia que chama. Sou acusada de ter ministrado remédios para a Larissa, que dorme sem cessar. Ligamos para o Lucas para avisar que estamos vivos e, sim, vamos ler poesia no CEP.

20:09  Chegamos no Espaço Sérgio Porto. Ainda estão carregando a bateria da banda que vai tocar depois das leituras e performances, então tudo bem. Dá tempo de levar as coisas, montar o som e a banquinha de livros, tomar uma cerveja e encontrar os cariocas que já são de casa.




21:02 O momento “caiu a ficha”: dentro do Sérgio Porto estão todos os que vão participar do CEP. O público está chegando. “Estamos atrasados”, avisa Chacal. Ele dá algumas instruções gerais para todos os participantes. E fala para “o pessoal de Juiz de Fora”: “façam o de vocês, dêem o recado”. Faremos. Daremos.


22:00 Depois de algumas leituras e músicas, é a nossa vez. “Diretamente de Juiz de Fora, com vocês, Eco Performances Poéticas!”, chama nosso querido Lucas Viriato. Entramos. Thais está fotografando. A trilha inicial escolhida pelo Pedro já ganha a simpatia do público. “Esse é o Eco Performances Poéticas... somos nós!”, convoca Capilé antes de ler o primeiro poema. As trilhas costuram as leituras e funcionam de uma maneira que nem nós mesmos imaginávamos que ia funcionar. Chacal invade o palco e dança. As leituras se seguem. Trilha, leitura, aplauso. Trilha, leitura, aplauso. Três rodadas. Funcionou. Deu certo. Acabou. Saímos do palco. Respiramos. Nos divertimos. Foi demais.






22:30 Voltamos à cerveja. Assistimos ainda as leituras do Leonardo, Ismar e Gregório. Algumas pessoas nos param, comentam, elogiam, conversam. Feedback. Foi bacana. Eu, Anelise e Larissa estamos do lado de fora fumando um cigarro e eis que o próprio Chacal vem até nós. “Foi demais, vocês são FODIDOS DE BONS. Qualidade mineira com a sensualidade carioca”. Agradecemos mil vezes e reforçamos o convite para que ele venha ler no Eco em JF. Ele se mostra animado, quer vir. Esperamos que seja logo.





00:15 Hora de ir. Ainda demoraria bastante para chegar em Juiz de Fora. Depois de conversas três tons acima do normal e muitas retrospectivas do que tinha acabado de rolar, dormimos. Apagamos. Chegaríamos lá pelas três da manhã, debaixo de um frio de 12 graus. Quem se importa? Foi um dia para não se esquecer. Mesmo.





Todas as belas fotos que ilustram esse post são da Thais Thomaz

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